Gestão da Comunicação nas organizações
A Gestão da Comunicação mudou com a era digital, sobretudo em 2023. Olhos fixos nas telas diariamente. Mas, não somente no Desktop. Passamos a viver em uma sociedade de telas sempre ligadas e conectadas, como já havia previsto kerckhove (2009).
A fase pós- pandemia da Covid-19 fez com que, além da tradicional ‘olhadinha’ nas redes sociais corporativas e no e-mail diversas vezes durante o expediente, precisássemos também estar ‘online’ em aplicativos e softwares para realização de reuniões remotas em tempo real.
Gestão da comunicação nas organizações
Nunca tão conectados como em 2023. Mas, isso de fato significa que os processos de comunicação se tornaram mais eficientes nas organizações nos últimos dois anos?
Além do e-mail marketing, newsletters e informativos, recebemos também milhares de mensagem em grupos informais de WhatsApp, Telegram e similares.
Esse contexto nos fez sentir mais próximos, engajados e parte da cultura organizacional? Ou nunca tão ‘bombardeados’ de mais informação e menos comunicação?
Ferramentas de comunicação integrada
Antes mesmo de ferramentas, precisamos pensar em duas palavras quase ignoradas: processos e governança! sim!
Não adianta pagar rios de dinheiro em ferramentas sem fazer o básico, que é um diagnóstico, uma sensibilização dos times e a construção colaborativa dos planos de comunicação.
Aliás, esse é outro erro: acreditar que um plano que foi ‘imposto ‘ à equipe vai ter aderência. Por isso, defendo ir além do plano e pensar em pessoas, processos e estratégias.
A gestão da comunicação envolve muito mais do que simplesmente utilizar uma ferramenta específica, como Trello ou Monday.com.
Também vai muito além de colocar post – its na parede!
Embora as ferramentas de comunicação desempenhem um papel importante na facilitação do processo de comunicação, a gestão eficaz da comunicação é um conceito mais abrangente que abarca estratégias, processos e habilidades interpessoais.
Enquanto as ferramentas de comunicação são importantes, a gestão eficaz da comunicação vai além disso, abrangendo uma abordagem estratégica, habilidades interpessoais e um compromisso contínuo com a melhoria dos processos.
Como fazer uma gestão efetiva da comunicação?
Como administrar os fluxos de comunicação que ocorrem para além dos canais oficiais?
Segundo o estudo da Gartner ‘Previsões de Marketing para 2023’, pelo fato de a pandemia ter forçado mais interações em tempo real em canais além dos ‘formais’, é necessário repensar as práticas comunicativas quando há expectativa de adoção de modelos de trabalho híbridos ou mais flexíveis do que os antigos formatos.
Nesse sentido, o artigo ponta como temas essenciais a adoção de parcerias com embaixadores da marca (brand advocacy) e um trabalho em que o líder defenda e implemente estratégias que adotam o digital como base de novas conexões com e entre clientes, funcionários, negócios, parceiros e influenciadores sociais.
Muito mais do que encarar o funcionário como um ‘receptor’ dos conteúdos institucionais e bloquear toda e qualquer iniciativa de comunicação que ocorra fora dos circuitos e canais pré-estabelecidos, é preciso, primeiramente, aprender a mapear os fluxos e processos de comunicação nascentes, entender suas motivações, partes envolvidas, expectativas, dores e dilemas, a fim de aprender a ouvir mais antes de criar um conteúdo ou campanha sobre temas que são de interesse dos times, mas sobre os quais ainda pairam inseguranças.
De fato, torna-se impossível, no atual estágio e grau de digitalização da comunicação com funcionários e predominância de canais digitais nas organizações, pensar que ainda há uma comunicação totalmente interna, controlada e que ocorre somente nos canais oficiais.
Vamos entender o que é preciso mudar e implementar em 2024?
- Criação de processos integrados de comunicação, em que haja sinergia e clareza na mensagem-chave para os diferentes stakeholders (do funcionário ao acionista);
- Abandono da visão de ‘comunicação interna’ e de ‘essa mensagem é só para funcionários’ em prol da adoção de uma visão mais estratégica, baseada nas respostas às perguntas: ‘A qual diferencial competitivo esse conteúdo se relaciona? Como ajuda a reforçar nosso posicionamento? Quais os benefícios dessa comunicação e possíveis riscos? Quais atributos de marca querem reforçar?’. Isso é sair do dilema ‘interno/externo’ e da lógica de ‘conteúdo x canal’ para pensar em grau de efetividade da comunicação para cada público e mensagem-chave.
- Desenvolvimento de uma visão mais crítica e criteriosa antes de ‘pegar’ carona em temas do momento e criar ações para funcionários e compartilhá-las nas redes, quando, na verdade, muitas vezes, a cultura organizacional ainda não foi trabalhada e sequer há projetos corporativos estruturados (Exemplo: Palestras sobre sustentabilidade e Diversidade, quando não há iniciativas concretas nessas áreas por parte da empresa);
- Quebra das barreiras e descentralização da comunicação interna: ao deixar de lado a postura de que ‘nós somos únicos donos da comunicação’, adotar uma visão mais sistêmica e de cocriação, estruturando comitês com funcionários e estimular o compartilhamento, a empresa só tem a ganhar. Segundo dados do Linkedin (2023), quando os funcionários compartilham conteúdo, ele alcança uma taxa de cliques 200% maior do que quando a empresa compartilha de forma ‘isolada’.
- Adoção de um discurso mais pessoal e humanizado na comunicação interna: em tempos de perda de credibilidade das instituições oficiais e de cansaço provocado pelo excesso de mensagens, um tom mais dialógico e aproximativo para os funcionários pode, de acordo com o estudo da Gartner (2023) “construir a confiança da marca e impulsionar resultados comerciais usando a defesa dos funcionários através de Programas de curadoria e distribuição de conteúdo de marca nos canais sociais”;
- Construir ou fortalecer o envolvimento dos funcionários em projetos corporativos relacionados aos grandes temas da sociedade: ESG, diversidade, inclusão, de forma que ajudem na construção do reconhecimento e da confiança da marca;
- Ao estimular e apoiar a participação dos funcionários não apenas nas redes oficiais, mas também nos canais informais e sociais, em que a comunicação flui livremente, a marca poderá também aumentar organicamente a visibilidade e promoção do seu conteúdo, tendo nos times pontos focais para gestão e compartilhamento de notícias e comunicações relevantes;
- Maior promoção de diversidade e inclusão em campanhas, ações e projetos digitais para os colaboradores;
- Acessibilidade na oferta dos conteúdos e na construção dos canais corporativos;
- Experiência do colaborador e consumidor integrada e em linha com os valores corporativos e missão institucional, a fim de evitar a dissonância cognitiva (On e offline em sinergia) e provocar crises de imagem e reputação;
- Adoção de uma postura omnichannel, em que os canais orquestrados complementem a jornada do colaborador, desde sua primeiro contato com a empresa;
- Uso da inteligência artificial para aprimorar o relacionamento com os funcionários, trazendo insights dos canais informais para geração de pauta, entendimento do clima e do contexto organizacional;
- Investimento em branding e ESG (marcas tradicionais precisam se reposicionar diante de causas urgentes da sociedade atual e gerações futuras);
- Reestruturação da cultura organizacional e dos modelos organizacionais muito hierarquizados, em prol de uma mentalidade ágil e mais fluída.
Comunicação é um processo de diálogo que vai além de informar e enviar mensagens via Rede Corporativa.
Assim, daremos os primeiros passos para transformar o cultura organizacional, focando menos em informação e mais em conexões reais e tendo as redes informais como forma de escuta ativa do que se passa no coração da empre
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Texto: Isabela Pimentel | Imagem: Laura Philippsen
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