Ainda existe uma comunicação interna?
Muito se fala, nas reuniões das equipes de comunicação: “ah, essa pauta é só para a comunicação interna”. Mas, tem tempos de mídias sociais, em que qualquer colaborador pode fotografar uma página do jornal da empresa, pode-se assegurar que uma mensagem ‘só’ será divulgada “dentro de casa”?
Aí é que entram em cena duas questões: por que quando se trata de um assunto sensível, a empresa só quer avisar aos funcionários? Onde está a transparência e relacionamento com os stakeholders, como a mídia?
O segundo ponto é: por qual razão não fazer uma campanha de comunicação sinérgica, onde haja uma comunicação do tema sensível com o colaborador , e em paralelo, os demais stakeholders (acionistas, terceirizados e etc)?
Neste mundo em que todo colaborador tem o papel de vigilância e a capacidade de “denunciar’, pelas redes sociais, fendas e erros na cultura corporativa, faz sentido falar que algo, com toda certeza, será dito apenas internamente?
Acreditar nessa teoria de que a comunicação interna não vai ultrapassar muros é negar os demais papéis sociais que o colaborador tem, além do de funcionário e fechar os olhos para o cenário de multiplataformas para troca de mensagens e conteúdos.
Então, que termo usar? Que caminhos seguir? Uma dica é criar a cultura da transparência. Se a empresa vai fazer demissões, passar por um processo de fusão ou aquisição, seja franco com o funcionário, sabendo que este mesmo funcionário é embaixador da marca e vai levar essa mensagem consigo para outros círculos sociais além da empresa.
Quando digo que “comunicação interna” é um termo que não reflete mais a complexidade das trocas de informação entre empresa e colaborador, prefiro adotar o termo “comunicação eficiente com funcionários”.
O funcionário, nesta visão, é sujeito ativo, embaixador da marca, mensageiro,construtor e desconstrutor da mensagem que ele recebe e que obviamente, será multiplicada tanto nas mídias corporativas quanto em outras existentes.
Além da comunicação interna
Não estou dizendo que não deve haver mensagens apenas destinadas ao colaborador, como é o caso de conteúdos sobre recursos humanos, informações entre setores, projetos e etc.
O que não pode haver é a falsa expectativa de que falando “apenas” com o funcionário, “nas internas”, se evitará que um tema chegue à imprensa, ou ainda, que falando apenas com stakeholders, o funcionário não irá desconfiar e descobrir.
As empresas não tem mais muros. Se a empresa fala uma mensagem cor de rosa, o funcionário tem todo poder, capacidade e autonomia de, através de suas fontes de consulta, leituras e visão crítica, descobrir, por outros meios, a realidade da empresa, até mesmo pela imprensa.
O que deve ditar o conteúdo não é o maniqueísmo e dualismo de “interno” e “externo” na comunicação corporativa: deve-se fomentar a transparência e sinceridade, com todos os públicos e ter a sensibilidade de um maestro para orquestrar as ações em tempos sensíveis, para que nenhum público seja esquecido.
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Texto: Isabela Pimentel
*Jornalista e Especialista em Comunicação Integrada
Imagem: Divulgação
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