Escopo: como montar o setor de comunicação em uma empresa?

A comunicação empresarial desempenha um papel fundamental em todos os aspectos da sociedade contemporânea, sendo uma força motriz por trás do intercâmbio de ideias, informações e culturas.

Mas, é preciso delimitiar um escopo da área de comunicação corporativa, para focar na estratégia e envolver os líderes.

A área de comunicação é vasta e dinâmica, com diversas dimensões que refletem as complexidades da sociedade moderna.

Neste conteúdo de hoje, exploraremos o amplo escopo da área de comunicação, destacando suas diversas dimensões e os desafios enfrentados pelos profissionais da comunicação.

O que faz um profissional de comunicação corporativa?

Ao explorar e compreender essas dimensões e desafios, os comunicadores podem aprimorar suas práticas, contribuindo para uma comunicação mais eficaz e responsável em um mundo em constante transformação.

Os profissionais da comunicação enfrentam desafios constantes, desde a rápida evolução tecnológica até a necessidade de abordar questões éticas e de representatividade.

Então, quando pensamos no papel da área, é preciso deixar muito claro dois conceitos que vem da gestão de projetos: escopo e escopo excluído. Sem isso, é impossível ter estratégia!

Afinal, sendo muito sincero, quem nunca passou por uma queda de braço entre uma área dizendo que tal atividade é papel da comunicação, e a própria equipe da comunicação corporativa, sem saber, de fato, como se defender de tal encargo?

Um dos principais desafios é entender e definir claramente o público-alvo. Sem uma compreensão clara de quem são os destinatários da comunicação, as mensagens podem não ser relevantes ou eficazes.

Além disso, trazer a estratégia para o cotidiano é outro grande desafio,que pode ser superado com:

1. adoção de processos entre times;
2. rodadas de gestão de conhecimento;
3. reuniões de time semanais e quinzenais.

Assim sendo, vamos entender o que é e o que não é nossa atribuição enquanto profissionais de comunicação integrada?

Escopo da área de comunicação

Ser integrado não significa fazer de tudo um pouco, mas há esse imenso equívoco no mercado. Para Baldissera (2001), a área de comunicação integrada precisa ser formada por profissionais que gerenciam atividades no seguinte escopo:

1. processos pertinentes a informação e interação entre uma organização e seus diferentes públicos;
2. Esclarecer, orientar, informar;
3. Estabelecer conexões;
4. Construir ou disputar sentidos.

Assim, percebemos o quanto o autor atribui à área de comunicação um papel central no que diz respeito a todo trabalho de relacionamento entre a empresa e seus stakeholders,  a gestão estratégica de fluxos e processos, o papel de orientar e estabelecer conexões.

Por isso, nosso trabalho enquanto comunicadores estratégicos não pode estar reduzido ao nível de canais, planos táticos ou um mero trabalho voltado para campanhas.

O horizonte tático é muito importante, mas não pode preceder de diretrizes estratégicas, ou seja, do planejamento de curto e médio prazo.

Segundo o professor Jorge Duarte (2020), em uma perspectiva estratégica,  a comunicação integrada no âmbito profissional “almeja a melhor gestão dos processos, com objetivos claros e impactos efetivos alinhados com a estratégia organizacional”.

Nesse sentido, ele pontua ainda que o alinhamento à visão corporativa, experiência, capacidade de analisar tendências e ler cenários, além de uma formação multidisciplinar são essenciais para a valorização do trabalho  do comunicador.

De forma geral, vale a pena analisar o escopo e atribuições da área de comunicação corporativa nas três perspectivas:  operacional, tático e estratégico, para que haja um equilíbrio.

Está no escopo da área:

• Estratégias de comunicação interna e externa;
• Gestão de crises e reputação;
• Relações com a mídia;
• Comunicação Digital;
• Mídias sociais e sua influência;
• Marketing digital e publicidade online;
• Desafios éticos na era digital;
• Comunicação Intercultural;
• Abordagem de diferenças culturais na comunicação;
• Comunicação global e local;
• Construção de pontes entre culturas.

Vamos ver então em quanto tempo podemos aprimorar esse escopo?

1. Curto prazo: podemos desenvolver ter resultados de cunho operacional, realizar atividades rotineiras;
2. Período de prazo médio: podemos almejar a entrega de planos e projetos mais complexos;
3. Em longo prazo, somos capazes de desenvolver processos de mudança de cultura, implementação de programas de treinamentos, melhorias nos processos , fluxos e gestão.

Portanto, uma das grandes causas dos estresses na área de comunicação é exigir em nível tático e operacional, ou seja, tempos mais curtos, resultados que se desenham no horizonte de longo prazo, ou estratégicos.

Já pensou nisso? Como tem sido na sua empresa?

Texto: Isabela Pimentel 
*Jornalista, Historiadora e  Especialista em Comunicação Integrada
Imagem: Divulgação

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