Redes sociais: a culpa é do funcionário?
Muitas vezes, não reconhecemos que o problema começou dentro de nossas casas, de baixo do nosso próprio nariz…Assim também acontece nas empresas: quem é capaz de assumir que não prepara bem os funcionários para lidar com as redes sociais?
Podem pensar: qual a razão de perder tempo explicando para os funcionários quais são os temas sensíveis da empresa? E pra quê orientá-lo sobre o que pode ou não ser postado nas redes sociais?
Por negligenciar o poder e o alcance que uma mensagem postada por um funcionário pode ter nas redes sociais, a empresa pode pagar um preço alto.
Por exemplo: imagine uma entidade em que os funcionários são submetidos à longa jornadas de trabalho e não encontram canais internos onde possam expressar sua insatisfação.
Agora, tome consciência de que vivemos na era do relacionamento e em uma sociedade hiperconectada, na qual as redes sociais aproximam pessoas e marcas.
O que esse funcionário que não é ouvido e nem considerado e nem encontra espaço para expressar seu descontentamento pode fazer?
Criar um perfil anônimo e começar a postar informações negativas que expõem a empresa é uma das possibilidades, dentre milhares de outras.
A culpa é do funcionário, que pode ser acusado injustamente de não ter seguido as normas da empresa, ou da própria estrutura da organização, tão rígida e hierárquica que não dá voz e espaço, nem cria canais de comunicação para que seus funcionários se expressem?
Cada empresa possui um contexto e não se deve generalizar ou criar culpados sem conhecer a realidade organizacional.
Mas, é importante deixar claro que esse caso traz à tona duas realidades muito frequentes: as empresas não possuem políticas claras de orientação para a a postagem de conteúdo por parte dos funcionários nas redes sociais e outra: o baixo nível de troca e relacionamento entre gestores e colaboradores a ele associados, que precisam recorrer à um meio extremo (postagem em uma rede social, criação de perfil anônimo, dentre outras) na tentativa de serem ouvidos.
Que tipo de comunicação com os funcionários estamos construindo em nossas empresas?
Um cenário super atual
Muitas empresas vetam a participação dos funcionários bloqueando o acesso às redes sociais, como Facebook e Twitter.
Mas, essa postura não é ideal. Não é o fato de proibir tal uso que vai prevenir a empresa de danos e vazamento de informações estratégicas para o negócio. Qual melhor caminho?
Sempre o ideal é criar políticas claras, muito mais que normas afixadas em uma parede de concreto. Que tal começar produzindo um manual que oriente os funcionários sobre o que pode ou não ser postado, o que é legal compartilhar, o que traz valor e representa ameaça aos processos internos?
Em seguida, transforme esse manual em um treinamento simples, presencial ou on-line, onde sejam apresentados casos do uso adequado das redes sociais e exemplos do que pode trazer danos à imagem da empresa, como postagens de fotos inadequadas, comentários preconceituosos ou compartilhamento de dados internos sigilosos.
Para que o assunto não saia da pauta, planeje encontros e edições temáticas de comunicados e matérias dando dicas e chamando o funcionário para sugerir temas de novas postagens. Um exemplo legal é pedir para que o funcionário sempre compartilhe fotos e vídeos de treinamentos e viagens que fez para se aprimorar em algum projeto.
Ele se sente parte e ainda verá seu trabalho ganhando alcance interna e externamente. Como sua empresa tem lidado com as redes sociais? Foi registrado algum caso de uso incorreto? Que tratamento foi dado?
Não esqueça de que é sempre vital explicar ao funcionário que os canais estão abertos e qual o papel de cada um, seja o jornal interno, mural ou a newsletter.
Manter um diálogo aberto entre gestores e colaboradores, dando voz e espaço e deixando claras as normas de uso das redes sociais é um caminho para evitar crises de imagem.
Cuide bem do funcionário, fomente os canais de comunicação e saiba dialogar!
E lembre-se: a boa comunicação independe do acesso ou proibição a rede. Primeiro crie relacionamento e pulverize as regras de bom uso, para depois monitorar e sustentar o diálogo em rede.
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Texto: Isabela Pimentel *
*Jornalista, Historiadora e Especialista em Comunicação Integrada
Imagem: Visual Hunt
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