Comunicação integrada vai além de informar
Comunicação integrada vai além da informação. Muitas vezes, como nos traz o autor Dominique Wolton, confunde-se as dimensões de informar e realmente comunicar. Acredita-se que a informação é séria, a comunicação não.
Mas, comunicação integrada é séria sim, e super relevante nos dias atuais, aliás, ela é vital como nunca!
Ou seja, precisamos rever essa falsa ideia de que comunicar é igual a informar. Não é possível haver informação de qualidade sem um projeto bem estruturado de comunicação.
Wolton traça uma linha histórica da evolução da tecnologia e considera a confusão entre informação e comunicação um dos grandes paradoxos dos nossos dias: a onipresença de tantas tecnologias que potencializam a emissão de mais informação não contribuiu, de fato, para superar os gaps de comunicação.
Não reduza a informação ao aspecto técnico
É uma ideia incorreta achar que basta informar sempre e mais, e mais rápido, para melhorar a comunicação e favorecer o relacionamento entre marcas, clientes e empresas.
Enquanto informação é a mensagem, comunicação é relação, fruto de troca, convivência e negociação (fluxos e sentidos), indo muito além da emissão de um código.
“O desafio hoje é menos de compartilhar o que temos em comum, do que aprender a administrar as diferenças que nos separarm”, afirma.
Se no século XIX vivemos a revolução da informação, e no XX as novas tecnologias que potencializaram a comunicação de massa, temos agora o desafio de informar menos e comunicar mais.
Se almejávamos a aldeia global, para Wolton, acabamos caindo na torre de babel, ao focar apenas no emissor e esquecer do papel do outro, erroneamente muitas vezes chamado de ‘receptor’.
Nesse cenário de foco apenas na quantidade de conteúdo e na emissão de informação, a comunicação vira uma raridade gerando uma sensação de deslocamento e falta de engajamento.
Informação e modelos de comunicação integrada
Wolton nos apresenta três formatos de informação: oral, imagem e texto, e na categoria texto, a informação-noticia, a informação-serviço e a informação-conhecimento.
Ao invés dos modelos matemáticos que minimizam o papel do receptor enquanto passivo, para Wolton, um dos pressupostos da comunicação é a negociação, hierarquização e ressignificação por parte do receptor, o qual chama de ‘receptor-ator’.
Nesse jogo complexo de trocas e feedback, é preciso pensar na incomunicação como uma possível consequência de uma tentativa de estabelecer a comunicação. Por isso, não podemos reduzir a comunicação à performance técnica, de quantidade e nulidade do outro: é preciso considerar sempre o horizonte do outro, pois além do aspecto informacional, há o cultural e o antropológico.
De nada adianta conhecer todas as ‘trends’ e ferramentas do momento, mas não entender o que um relatório aponta, cruzar indicadores com a estratégia corporativa. Quando focamos apenas no palmo diante dos olhos, esquecemos um pouco das bases, do horizonte possível diante dos nossos pés.
É preciso sair da superfície, aprofundar, conquistar espaço, sair do meramente operacional. Na sociedade da interatividade e velocidade, a comunicação deve reforçar o laço social e promover trocas, estabelecendo vínculos entre o cidadão e as empresas.
Além disso, Wolton considera que é essencial retirar a informação e comunicação do mero âmbito da tecnologia e da performance de ferramentas (aspecto tecnicista) , pois não necessariamente a chance de transmissão ao vivo e interação, produzem verdadeiros sistemas de comunicação.
Nas solidões interativas, diversas pessoas consomem conteúdos de marcas em alta velocidade, sem ressiginificá-los ou ter suas vidas transformadas por ele. Sendo um mero suporte da informação, o conteúdo, para engajar, precisa reforçar os laços sociais.
O valor do outro
Figura de alteridade e ator essencial, o outro precisa ser sempre ouvido e considerado para que haja um real processo de comunicação. Nessa perspectiva, a interatividade enquanto recurso não pode ser considerada garantia e nem substituto da comunicação humana.
Assim, na busca pelo furo, na cultura do volume e da pressa, há uma confusão entre a qualidade do conteúdo e o valor que ele terá na vida de quem o ressignifica. Velocidade e volume não podem ser confundidos com qualidade e pluralismo.
O que é comunicação efetiva?
De forma certeira, para Wolton, ‘comunicar é cada vez menos transmitir, e cada vez mais negociar, compartilhar e conviver’, respeitando a pluralidade, diversidade e conhecimento, pois, caso contrário, é apenas mais um excesso.
Informação precisa ser pensada no contexto da comunicação e cultura, caso contrário, o excesso de conteúdo nos leva a um zapping interativo e sem sentido.
Dessa forma, a comunicação precisa ser vista como um aprendizado diário de convivência em um mundo repleto de excesso de informação.
Sua empresa anda comunicando ou informando?
Materiais extras sobre planejamento e comunicação integrada
Quer saber mais sobre como ter um conteúdo que comunique de fato e traga resultados e não apenas informe?
Confira 10 livros essenciais sobre comunicação integrada e saiba como criar um projeto estruturado.
Além disso, conheça todos os passos de uma campanha de comunicação integrada.
Assine nosso Canal com aulas semanais ao vivo no Youtube https://www.youtube.com/channel/UCRqD4-WG6Ta4525cWtLfHmA
Se quiser se aprofundar ainda mais e ter acesso a cases, infográficos e aulas baseadas em nosso conhecimento de mais de oito anos em consultoria em #planejamentodecomunicacao conheça a FORMAÇÃO COMPLETA EM COMUNICAÇÃO INTEGRADA
Texto: Isabela Pimentel
*Jornalista, Historiadora e Especialista em Comunicação Integrada
Imagem: Divulgação
Você também pode gostar de:
Categorias do Blog
Materiais Educativos
A partir da nossa expertise em Planejamento de Comunicação, Estratégia e Gestão de Projetos, desenvolvemos diversos materiais educativos para sua empresa.