Comunicação interna e transformação digital
Comunicação Interna

Comunicação interna e transformação digital

Por: Isabela Pimentel13/ago/2019
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Comunicação interna é um conceito imutável? Claro que não!

Sabemos que em tempos de tecnologias, redes corporativas, velocidade elevada na transmissão de mensagens, tudo muda rápido e sempre me pergunto: como cativar o coração do colaborador que já chega bem informado na empresa?

Por isso, costumo brincar:  é uma verdadeira disputa por atenção!

Já vivenciei experiências, em que redes super modernas foram lançadas, mas não trouxeram o engajamento esperado.

Por outro lado, já estruturei em parceria com equipes processos simples de comunicação, mas que envolveram e conquistaram o coração das pessoas.

Eis aí a grande diferença: no planejamento colaborativo e na cocriação da estratégia.

Então, como mudar esse cenário e aliar tecnologia e humanização?

Como humanizar a comunicação interna?

Essa e outras perguntas são as  que perpassam a mente dos gestores de comunicação, RH, e tantas outras áreas.

Então,  por mais forte que venha a onda da transformação digital, a tecnologia precisa refletir:

  • A cultura da empresa;
  • O cotidiano das equipes;
  • Facilitar os processos;
  • Melhorar os fluxos;
  • Empoderar as áreas;
  • Potencializar a comunicação.

Novas visões da comunicação interna

Nas teorias mais clássicas da comunicação, que estudamos logo após ingressar na universidade, acreditava-se uma única e mesma mensagem seria capaz de atingir diversos PÚBLICOS, o tão falado “público-alvo”. 

Assim, nessa visão,  esse ser passivo agiria exatamente da forma como a mensagem ditava, pois era inerte, sem história e seria todinho preenchido de sentido por aquela tal mensagem que foi direcionada.

Sendo nessa lógica, vemos que os tempos mudaram, galera!

Por isso,   quando vejo em muitos planos de comunicação a palavra público-alvo sinto um certo arrepio na espinha.

Tanto quanto sinto quando ouço “assessor de imprensa” e “comunicação interna”. O quanto nos custa aplicar aquilo que estudamos?

Indo além do interno x externo

Lembrando das teorias da recepção e também das relações publicamos, podemos ir além e chamar os tais públicos – alvo de partes interessadas, ou stakeholders.

Decerto,  é claro que a empresa, ainda mais nos dias de hoje, em que existem diversas interfaces e plataformas de relacionamento, entre público e marca, não pode e nem fala com apenas “um público”.

Então, como é que você é assessor apenas de ‘imprensa’? E quem é que cuidará de uma crise na rede social?

Dessa maneira,  quando colocamos a comunicação em caixinhas e pensamos baseados em opostos (dentro x fora, interna x externa), a gente acaba perdendo muito, sabe por quê?

1.      Cada empresa tem múltiplas culturas;

2.      O público não pode ser chamado de ‘interno’, pois até mesmo em uma única baia pode haver diversas tribos;

3.      Não existe uma mensagem para dentro e para fora, em tempos de redes sociais e compartilhamento de conteúdos em tempo real;

4.      O colaborador não é sujeito passivo e vazio de conteúdo. Ele é parte ativa do processo de comunicação, então, porque pensamos nele só como alguém que está lá dentro?

Colaborador é múltiplo

É por isso que, diversos autores, como Bruno Carramenha e Viviane Mansi vem, há algum tempo, sugerindo o abandono do termo Comunicação Interna em prol de comunicação estratégica com funcionários.

Assim sendo, eu mesma, em consultorias, cursos e palestras, tenho alertado sobre 3 prontos:

1.      As empresas não disseminam sua imagem e fortalecem sua reputação apenas pela imprensa;

2.      É preciso ser ‘assessor de relacionamento estratégicos’ e não apenas ‘de imprensa’;

3.      Toda campanha e conteúdo precisa ser planejada em termos de alcance, risco e impacto, abandonando a lógica dual de dentro x fora;

4.      O colaborador tem vários papéis sociais e a empresa é apenas um dos ambientes em que ele é sujeito atuante. Por isso, ele precisa ser informado com conteúdos estratégicos e relevantes.

Então, o que você pensa sobre isso?

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Isabela Pimentel

Texto: Isabela Pimentel 
*Jornalista, Historiadora e  Especialista em Comunicação Integrada
Imagem: Divulgação

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