Assessoria de imprensa ou assessoria digital?
Comunicação Institucional

Assessoria digital: do pdf ao post

Por: Isabela Pimentel16/ago/2017
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Quem pensa que “fazer assessoria” é escrever, de forma mecânica, um release com quatro parágrafos e dispará-lo para um mailing de 90 mil contatos está parado no tempo.

Enquanto nas décadas anteriores, o trabalho do assessor acompanhava o fluxo linear de ouvir o cliente, apurar, aprovar o texto (release), dispará-lo para uma base de contatos (mailing), acompanhar sua publicação (follow up) e monitorar inserções (clipping), hoje, a realidade é outra.

Se o trabalho fosse apenas esse simples fluxo mecânico, poderíamos ser substituídos por disparadores automáticos, correto? Claro que não!

A revolução dos nichos

As redes sociais alteraram de forma profunda o relacionamento entre consumidores, cidadãos e as marcas e as empresas que não estão preparadas para utilizar esses canais para interação estão ainda trabalhando sob uma ótica míope.

Se ter um mailing gigante era garantia de sucesso , hoje, sair no blog do principal microinfluenciador pode ser mais relevante e impactante para a empresa em termos de assertividade de mensagem e de direcionamento para um nicho específico. Já parou para pensar sobre isso?

A visibilidade e a construção da reputação não são mais alicerçadas e moldadas pelo número de vezes que a fonte deu entrevista ou conseguiu aparecer em determinado programa de televisão.

Antes de o cliente consumir um produto, ou mesmo de um jornalista procurar o assessorado para uma entrevista, ele fará uma investigação digital, vendo se a fonte tem site, notícias e artigos publicados. Tudo mudou! Se alguma empresa não tem site ou qualquer menção na internet, logo é gerada uma desconfiança.

Presença digital e construção de reputações

Então, antes de tentar emplacar seu cliente que nunca teve relacionamento com a imprensa em um site tradicional, crie um perfil, página e produza conteúdos relevantes (marketing de influência e autoridade).

A presença digital é o novo meio construtor de reputações! Com o surgimento de veículos especializados, canais em redes sociais e diversos novos nichos, conseguir espaço nos veículos de “massa” pode não ser tão valioso quanto era antes. 

E se as redes sociais mudaram a forma da empresa se comunicar, alterando também a produção de conteúdo, que passa a incluir recursos multimídia e ser mais interativo, o que o assessor deve saber agora? O que muda em relação ao antigo trabalho 1.0 (pré-digital)?

Vou compartilhar alguns insights: 

1) A assessoria deixa de ser apenas “de imprensa” e torna-se um trabalho de construção de relacionamento digital: o assessor precisa desenvolver competências que o habilitem a identificar influenciadores, nichos e novos espaços nas redes sociais para trabalhar a presença digital do seu cliente. Por isso, um mailing gigante e sem segmentação não vale mais de nada. É a hora e a vez dos influenciadores!

2) Agora, o assessor digital é um consultor, que precisa ter conhecimentos em marketing de conteúdo, SEO e ferramentas de gestão, monitoramento e publicação de conteúdos em redes sociais;

3) Produzir um mesmo release e dispará-lo para várias editorias achando que “one size fits all” é uma completa ilusão. Não estamos num modelo fordista em que os produtos padronizados tinham adesão no mercado. Vemos cada vez o crescimento da economia dos nichos e surgimento de publicações focadas em corrida, saúde, beleza, fitness e etc.

4) Ah, então ter uma estratégia digital para meu cliente é sair criando perfis nas redes sem um objetivo definido? Não! Ao sugerir, em paralelo ao trabalho de relacionamento com os canais tradicionais uma abordagem digital, deve ser feita uma análise de quais plataformas serão mais adequadas para a produção de conteúdos.

5) Assessoria hoje é muito mais que ouvir o cliente, escrever um texto, aprovar e disparar release: é ser capaz de identificar influenciadores e produzir conteúdo específico e relevante.

6) O trabalho do assessor deixa de ser mensurado pela quantidade de espaços que o release ocupa (centimetragem tradicional e clipping) e evolui para uma noção mais qualitativa. Por exemplo, pode valer muito mais divulgar um evento de mães de filhos com intolerância à lactose em um grupo do Facebook do que em um jornal de massa.

7) O trabalho de reunir as publicações com o que sai sobre o cliente na imprensa, o antigo clipping quantitativo, perde valor. Sair em um único blog, mas que seja o mais relevante para determinada área, pode ter um peso muito maior do que uma publicação de página inteira de um jornal impresso. O clipping se torna qualitativo e passa a incluir não só links, mas posts e menções à marca.

8) Além da chamada mídia tradicional, nas estratégias de relacionamento, o assessor precisa identificar, mapear e categorizar os principais blogs, grupos e páginas nas redes sociais que são importantes para divulgação do trabalho do seu cliente.

9) Saímos apenas do release em pdf, que era enviado e lotava a caixa dos jornalistas para o uso de releases multimídia, que são verdadeiras páginas webcom elementos como: vídeo, podcast, possibilidade de download de fotos em diferentes resoluções, aba de compartilhamento para redes sociais etc.

10) Antes mesmo de conseguir um superdestaque na “grande” imprensa, o assessor precisa ajudar o cliente a construir uma reputação e presença digital. Ou seja, analisar pautas interessantes, estimular a produção de artigos e posts que o tornarão referência em sua área de atuação. Aí então ele será conhecido como a autoridade no assunto e poderá ser chamado para novas entrevistas e participações em eventos.

Evoluímos do PDF ao Post e vemos cada vez mais a inclusão das ferramentas de redes sociais no cotidiano de trabalho dos assessores, em pequenas e grandes agências. Sairá na frente quem estiver preparado e atualizado perante os novos desafios.

Texto: Isabela Pimentel – Jornalista, Historiadora e  Especialista em Comunicação Integrada
Imagem: Divulgação

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