Para além de uma simples intranet
Cada vez mais as redes internas das empresas evoluem e tornam-se verdadeiros espaços corporativos de debate virtual, troca e compartilhamento de informações. É o que afirma Bruno Rodrigues, especialista em comunicação e informação para a mídia digital.
Rodrigues, que tem ampla experiência em webwriting e na estruturação de portais em grandes empresas, como a Petrobras e é autor do livro Webwriting – Pensando o texto para a mídia digital’ (2000), primeiro em língua portuguesa e o terceiro do mundo sobre o tema, explica a diferença entre intranet e portal corporativo. “Muita gente confunde essas nomenclaturas. Intranet é a rede interna onde está o portal corporativo.
Como estruturar a Intranet?
Mas, podem existir outros sistemas de informação além dele”, explica. Para que o conteúdo dos portais corporativos seja atraente, ele aposta na tríade “trabalho, relacionamento e comunicação”. A partir do equilíbrio destes elementos, será possível tornar o ambiente agradável e integrante do cotidiano do colaborador de qualquer empresa.
Rodrigues destaca que, em um primeiro momento, os portais corporativos ainda funcionavam como meros repositórios de informação, sem inteface gráfica amigável. “O conteúdo não era persuasivo, estava dividido em caixas.
A navegação era por diretórios”, relembra. Com o desenvolvimento de novas tecnologias da informação e comunicação, nos meados dos anos 90, inicia-se o “boom” da web 2.0, que influencia os portais corporativos no que se refere ao design de interface.
O surgimento de redes sociais também alterou o cenário, na chamada “era do relacionamento”. “Desde então, muitos portais tem redes sociais integradas no mesmo ambiente, com possibilidade de criação de perfis pessoais, comunidades e timeline, tal como no Facebook”, detalha.
Rodrigues analisa como as novas tecnologias, arquitetura da informação e design modificaram a comunicação interna. “Antes, tínhamos os jornais murais, house organ e tv interna. Era tudo muito analógico. Quando o raciocínio da intranet e portais corporativos saíram dos recônditos do setor de tecnologia da informação (TI), vieram novidades como layout, empatia com usuário e estímulo ao uso”, reforça.
Portais que comunicam
Para o sucesso de um portal corporativo, é preciso ir muito além de um belo layout . O primeiro passo é que o usuário seja capaz de localizar e perceber, já na primeira página, o que é fundamental no seu cotidiano de trabalho.
Além disso, também é preciso investir no chamado “conteúdo âncora”, que é o material noticioso. “Nenhum portal vive sem notícias, apesar de a maioria ter conteúdos fixos. Mas, ele não é um jornal e precisa ter ferramentas para o dia-a-dia de trabalho do colaborador”, afirma o especialista.
O consultor aconselha que a arquitetura da informação reflita a estrutura da empresa, tenha uma interface amigável ao usuário e que os espaços virtuais permitam que o funcionário tenha voz. “Não adianta falar só das ações da diretoria, é preciso adotar um tom mais informal, com fotos, vídeos e depoimentos. Ser bem humorado e investir na convergência de mídias é fundamental para o sucesso da comunicação interna”, recomenda.
Além de elementos tradicionais, como lista telefônica e aniversariantes do mês, o espaço precisa ter funcionalidades como acesso ao contra-cheque virtual, agendamento de férias, aplicativos úteis e repositórios de arquivos. Antes de tudo, o portal precisa envolver todos os setores da empresa e não ficar apenas centrado na área de comunicação.
“Todas as áreas devem comprar a ideia e se apropriar do espaço para trocar informações e gerar conhecimento. A intranet não pode ser um cercadinho, nem um aglomerado de textos: deve gerar conhecimento para o trabalho”, conclui.
Texto: Isabela Pimentel
Imagem: Acervo Pessoal – Bruno Rodrigues
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