Memória: de pessoas e empresas?
Lembrar, esquecer, rememorar. São faces da mesma moeda, processos pelos quais passamos diariamente. Mas, como isso acontece nas empresas? Em tempos de economia da atenção e excesso da informação, como produzir, para os funcionários, um conteúdo que engaje, encante e motive? Uma dessas formas é investir no resgate e compartilhamento de feitos e memórias.
Cegos de tanta informação. Assim caminhamos pelos trilhos enferrujados das antigas mídias e nos deparamos, assustados e com os olhos ainda ofuscados nas nuvem de bytes.
Na contramão da história e da memória, as organizações seguem produzindo seu conteúdo institucional, focando apenas em si mesmas, tal qual o mito de Narciso, ao mirar-se em um rio. É eficaz um discuso tão unilateral? É nestes tempos que a memória vem com força, como uma arma ante o esquecimento, provando que o que não envolve e toca o coração não é retido pelas lembranças.
Após termos passado pela economia do presente, onde o homem pré-histórico precisava consumir tudo que tinha e viver o “agora”, pois não sabia como armazenar posses; ver nascer a ideia de propriedade, na economia do espaço; e o tempo ser alterado pelo ritmo das máquinas, na revolução industrial, vivenciamos o que Herbert Simon denominou “economia da atenção”.
Para o especialista, esta fase se relaciona à fartura de informações recebidas diariamente e a atenção de quem as consome se torna um bem escasso. A riqueza de notícias e dados, para Simon, criaria uma pobreza de atenção e uma necessidade de esforço maior para se concentrar naquilo que realmente merece ser lembrado e retido.E como as empresas tem contado suas histórias neste contexto? O desafio de produzir conteúdos para projetos de memória empresarial torna-se ainda maior diante das novas plataformas e tecnologias, já que uma multiplicidade de fontes de informação compete entre si pelo tão citado bem escasso da atenção. Ainda assim, há organizações que continuam acreditando na força da história oficial e dos discursos vindos das mais altas cúpulas.
Não basta iniciar um projeto de memória empresarial e deixar de envolver os colaboradores e a divulgação interna do mesmo, pois os documentos por si só nada significam além de dados, se não tocam a alma dos colaboradores. Entre boletins internos, postagens no Facebook e fotos no Instagram, os conteúdos de cunho emocional e histórico são os que mais se destacam.
É a memória empresarial, lutando para não ser deixada de lado em sua completude, em tempos de esquecimento: trazendo a história para o presente, para ajudar a reter o que será digno de ser lembrado no futuro.
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Texto: Isabela Pimentel /
*Jornalista, Historiadora e Especialista em Comunicação Integrada
Imagem: Visual Hunt
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